Escritos Desumanos.

Muitas vezes eu fico pensando nas pequenas coisas que acontece na nossa vida, o quanto os acontecimentos podem ser injustos com sua batalha.
Sim, é triste quando se tenta tão arduamente para algo na sua vida e no final apenas encontrar mais uma porta fechada.
Machuca, sabe...
A derrota é tão dolorosa que você apenas tem vontade de desaparecer.

Sabe, mas mais do que isso, apesar da dor, eu aprendi a me levantar.
E descobri que a luta é árdua, dolorosa e cansativa.
Mas, não é impossível.

Sonho bom,
esperança bem vinda.
Amizade bem quista,
veio sem pretenção,
ficou, roubou o coração.

Prefiro pensar e achar assim,
pra que não tenha raiva de mim.
Sei que te ganhei num rompante.
Mas logo te perdi vacilante.
Se estavas por mim não percebi, mas…

Lavou minha alma,
Secou meu ego,
Limpou meu espirito,
Frescor e alivio.

Sempre.

Jaqueline Roiz

Com esta caneta a punho
Encho-me de intemperança
E tiro desse rascunho
Um pouco de esperança

Quero-te, sem desespero.
Consegue me ouvir?
Em puro destempero
Nem um falso sorriso consigo abrir

Não demores, não chores.
Meu peito continua aberto
E sem nenhum dos pudores
Quero-te e te espero com flores.

Nada sei
Nem quero saber
Será que vou imaginar?

Um dia eu sei
Só quero ver
Viver tudo que pude sonhar!

Tudo aquilo que levei
Foi melhor do que perder
Embora eu pudesse te levar.

Um amor,
Ai que dor!

“O que foi Maria?
Você não sabia?”

Por amor é que se morre.
Assim se faz o nobre!

“Dizem que saudade é algo que acontece e passa.
Mas como esquecer alguém que me mostrou o caminho do amor?

Como apagar da linha do tempo o sofrimento esperançoso
deixado pela ponte da distância?

Que nuvens teriam a audácia de encobrir tão terno olhar?

Com que autoridade os ventos arrastariam
a felicidade para outro lugar?

Não basta a crueldade do relógio apontando as horas
que demoram para passar?

Saudade… acontece e não cessa.
É um nó que aperta a garganta,
a dor no peito de conter o choro,
o grito da alma quando a lágrima fica presa.”

Nunca havia percebido tamanha proximidade do amor e do ódio até sentir na pele.

As vezes amamos o que é impossivel, as vezes o que é razoável, as vezes a gente ama…

Não há explicação sobre o ser amado, sobre o amor. Simplesmente ama e ponto final. A razão de amar esse ser é simplesmente amar.

Geralmente os poetas bem escrevem, quando estão sentindo a amargura deste ódio. É odiar amar…amar odiando.

Ódio de depender da existência do ser amado, ódio de se sentir sem chão quando o encontra, ou, de sentir o chão abrir diante de si, ódio de amar tanto, ódio mortal das borboletas que insistem em voar loucamente pelo estômago, ódio de amar o cheiro, o gosto, o olhar, o sorriso, o suspiro, o andar…

É tanto ódio que um apaixonado diria que isso é dor de amor mal resolvido…mas meu caro, resolver o que? Só há o ser amado! O que há para resolver quando só se tem ódio no amor e ama odiar este amado?

Só sei que padeço, padeço de amar sem compreensão: de amigos, de familia e principalmente do ser amado. Não! O ser amado sabe, mas não entende…. Há um grande abismo entre o saber e o entender, assim como para o entender e o absorver.

E odeio, ah! como odeio…sua postura, seus gestos, seus pêlos, sua nuca, sua voz, sua mão, seu cabelo, seu olhar…

Odeio acordar, por que o amado está no primeiro pensamento e até que venha a hora de sonhar, e lá está ele, bailando na mente.

Não sei como libertar, não tenho saída muito menos direção…o ódio é minha droga, o amor meu vício. Tornou-se por aquilo que todos os dias penso, sou e faço algo melhor, virou razão.

Odeio admitir que estou fraco, que não sou nada.

Com o amado não quero escrever cartas, ter edificações e propriedades…amizade.

Com o amado me vejo na praia, no mato, em casa, com Deus, com filhos, na chuva, na areia, no parque, no almoço de domingo, na ladeira, na mesa, no vento, na rua, no bar, na cama, na Lua…

Odeio te amar…e como é grande este ódio, como amo você!

Jaqueline Roiz

Ora o sentimento é completo,
Ora é vazio e sem atrativo.
De querer estar por perto,
E logo depois, nem ver motivo.

Engraçada a coisa de amar,
Nem sempre se deixa levar.
Vai ver é coisa de momento,
Necessidade de alento.

E se te esqueço,
E assim te deixo?
Embora não me pergunte como ficaria,
Acho que nada nos separaria.

Se existem mesmo coisas
Que nem Froid explica,
Algumas dessas entre outras,
Está seu nunca saber, se vai o se fica.

Escolho permanecer nessa constante,
Não espero que por mim se decida,
Isso pode mudar a qualquer instante.
Me basta não presenciar sua partida.

As vezes, surpreendentemente, estamos sem assunto.
As vezes, evitamos assuntos.
As vezes, não queremos dar assunto.

O que passa? O que passou?! Se passou, não é passado?!
O que…

Somos seres completos, teimando em permitir-se ser faltos.
Não dá pra medir, não dá pra julgar.
Facil subestimar, dar-se por carta marcada.

Fuga! As portas sempre estiveram abertas, pode correr!
Vá, livre! Como sempre esteve.
Afugenta intensidade com inconstancia.

Vá ventania, como for…sem despedida voa.
Ventos voltam, mas mesmos ventos?

Gosto pela ventania, brisa, luar,
De árvores, flores, pássaros.
Beleza natural não fatiga.
E não passa disso.
Amanhã tentarei ver a rua passar em câmera lenta.
Sem sentido.
E se chover, farei disso inspiração.
Verdes campos, muito trânsito.
Contrastes.
Paisagens, grande mar.
Pobres seres, choro em ver.
Dificil ser pontual, rua vazia.
Nunca chega, está perdido…talvez.
Expressão.
Tudo distoa, me distrai.
Foram pra longe.
Só na mente, semente.

Tem amor guardado no peito.
Um amor bem delicado,
Mas nada no mundo é capaz de destruí-lo.

Tudo que qualquer pessoa gostaria de ter, tem aqui.
Conforto de coração,
Sorriso no falar,
Amor até no olhar.

Muito amor,
Mas é amor pra um.
Coisa de mar e rio,
Sangue que erra de veia e se perde.

Não, não nasce grande,
Se torna grande enquanto encanece.

Sonho bom seria.
Se pudesse anunciar:
Compre agora: ‘Amor pra vida toda! Ligue já!’
Completo com: manual para bons filhos,
Cama quente, casa limpa,
Passeio de domingo, paz.

Vai entender o coração.
Músculo involuntário que vive a se confrontar com a razão.

Mas é isso ai…
Você odeia um passado inteiro,
mas ama a força do incrível.

Entre tantos pequenos motivos para não admirar,
lá está ele de novo, o grande amor.

São discórdias e palavras rudes,
são carinhos e surpresas.

Calor.
Como é doce a surpresa da semelhança absurda,
da compreensão de olhos, do gosto pelo bom gosto.

Amar.
Como é bom ter respeito, por se dar respeito.

Vazio que há dentro de si que nada é capaz de suprir, só esse amor.
Ser completo mas ser vazio.
Infeliz sensação de amar nos cem, não nos cem porcento.

Excesso.
Quem disse que o amor era uma coisa fácil?!
É a única coisa que você não pode deixar pra trás.

Lembrança grata de ti,
pessoa ausente,
de que eu me vejo privada…
vulgo, Saudade.

Já sentiu falta de alguém que nunca viu?
Já sentiu saudade do cheiro e do afago do desconhecido?
Pois é…é perfume ou café, certeza.

Já sonhou acordado com elefantes, vacas, cachorros e a praia?
Já fez planos sem conhecer o gosto do beijo?

Já quis casar no dia seguinte?
Pois é…comprarei um vestido.

Já ficou sem ar?
Já sentiu o coração acelerar com a chegada de um email?
Pois é…coisa moderna.

Já sentiu inspiração para escrever só por causa do sentimento bom?
Pois é…olha eu cá a escrever.

Alguém que faça seu coração bater bem forte só de pensar.
Alguém te deixe sem ar só por existir.
Alguém que você não quer resistir.
Alguém que você não sabia que existia por ai.

Basicamente inexperiência,
certamente quer clemência.

Atos inglórios,
quem ouviu acreditou, quem viu desmentiu.

Aceitar a fraqueza,
dificil redimir paixão.

Vai manter? Vai desistir?
Já deu a dica, se entendeu ‘vai se mandar’,
se não entendeu, ainda vai tombar.

Pena não poder viver pelos outros,
dificil lhe fazer entender:
não há o que perder quando nunca se possuiu.

Fraco, forte
que difereça faz?
Eu sei que é capaz,
mas na inoscência jaz.

Insano aquele que acreditou que eu não tinha medos.
Tolo aquele que acreditou que eu tinha um porto.

Quero atracar, estou procurando o farol que me guie para seu mar.
Não me deixe passar, de você que quero cuidar, por você irei remar.

Amores eternos se perdem no tempo, nas eiras sem beiras.
Amores pra vida voam ao vento.
Amores idos e vindos, doídos e feridos.
Amores molhados, alegres e incontidos.
Amores por estação, amor feliz esse do verão.

Não há quem ande por essa vida, nesses caminhos avessos que em algum momento não pensou nesses amores.

Amores por vir.
Amores a amanhecer e adormecer.
Amores, amor.