Escritos Desumanos.

Desapêgo

Desapego-me de todos os meus bens.
Desapego-me de todas as minhas dores,
Dos sorrisos que me fazem sofrer.
E das lágrimas mentirosas.

Desapego-me da vontade de não viver
De não sentir...
De não sonhar.

Permito-me apenas me apegar aquilo que me faz bem.

Apego-me as coisas simples
Desapego-me das coisas complicadas, difíceis de entender.
Desapego das amizades gastas, sem brilho, sem acréscimo...
Apego-me ao verdadeiro sentido da felicidade.

Desapego-me da dor, da estranha dor que aparece do nada.
Desapego-me do desespero...
Apego-me a esperança, a fé, a sabedoria...

Desapego-me de você.

Devagar

Devagar esperei as coisas acontecerem...
Devagar acostumei-me com as lembranças vagas que tinha.
Devagar vi o sol nascer escondido, tímido entre as grossas nuvens de chuva.
Devagar conquistei o que queria.

Devagar vi as pessoas que amava irem embora sem dizer adeus.
Devagar vi algumas voltando e outras indo para sempre.
Devagar chorei minhas tristezas e ri minhas alegrias...
Vi meus sonhos se chocarem com a rocha da incredulidade...
Ao passo que vi alguns se realizarem com muito esforço.

Devagar as coisas vão voltando ao devido lugar,
Vão acontecendo da melhor forma que deve acontecer...

Devagar encontrei o mundo que pertenço,
Descobri os melhores amigos,
As melhores pessoas,
Os melhores momentos.

Devagar descobri a melhor parte de mim...
Descobri que amar a si próprio é o melhor amor (Fato)
Devagar me acostumei com o fato de que não estou sozinha
Devagar o sol está brilhando para mim.

Sem demora vou realizando meus sonhos...
Vivendo a minha vida,
Aprendendo a cada dia.
Não tenho pressa... Posso fazer tudo devagar e ainda assim haverá tempo.
Tempo suficiente para não ter pressa.